terça-feira, 7 de agosto de 2012


A IMAGEM, A CLÍNICA E O DIAGNÓSTICO

           

            Desde que Wilhem Conrad Rontgen descobriu os raios – x em 1985, houve uma verdadeira revolução na medicina que continua  em curva ascendente até os dias de hoje. Em princípio um feixe de ondas invisíveis que atravessa um corpo sólido e o revela estruturalmente no filme radiográfico. Por tras dessa aparente simplicidade, anos de pesquisa e estudos foram realizados. No final do século passado, o diagnóstico por imagem tomou um impulso até antes nunca visto. O impacto da Ultra-Sonografia Diagnóstica, da Tomografia Computadorizada (TC) da Ressonância Magnética Nuclear (RMN) da Tomografia por Emissão de PósitronS (PET)  ultrapassaram as fronteiras da radiação ionizante e, associados a computação de alta resolução, trouxeram o  “estado – de – arte” da imagem para a medicina moderna.

            Em que pesem todos estes avanços tecnológicos na área de diagnóstico, continua mais verdadeiro do que nunca o aforisma de que “a clinica é soberana”! Não devemos nos esquecer de que por tras dessas máquinas maravilhosas há necessidade de um médico no mínimo com a boa formação clinica, para associar as imagens com os sintomas e dados clínicos de cada paciente. Caso contrário, delegamos a máquina a “falsa” impressão de poder diagnosticar. As imagens são mudas, sempre indefinidas e anônimas. Somente o médico especialista em imagens, de posse dos dados clínicos, poderá efetivamente contribuir para elucidar diagnósticos. De nada valerão as máquinas mais sofisticadas do mundo se não houver esta sincronia com um bom especialista, estudioso da clínica, para produzir bons diagnósticos. Por outro lado, há necessidade que este pensamento se torne unânime na categoria médica e que seja prática de cada dia. Infelizmente, são poucos os médicos que, ao solicitarem um exame complementar de diagnóstico por imagem, informam os dados clínicos de seus pacientes, tão precioso para o radiologista. Não há mágica nem bola de cristal: para um bom diagnóstico há necessidade de informar os dados clínicos do paciente.  O raciocínio na interpretação das imagens sempre esteve e estará visceralmente associado a clínica médica. Não adianta inventar. Esta é a realidade!



Médico Radiologista

Membro das Academias de Letra e Medicina de Rondônia.

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