terça-feira, 6 de novembro de 2012


ODE  AO  TEMPO

                                    Samuel Castiel Jr.

Tempo, célere tempo

que tudo comes

com tua boca de túnel

escancarada para o mundo!

Com teus dentes brancos

gelados de marfim,

que até a morte consomes...

Inexorável tempo!

Que corróis o ferro

e amarelas o branco

do papel brilhante da foto

guardada e envolta em saudades tantas...

 

Tempo, imutável tempo!

Por que não paras como o pêndulo

do relógio que quebra?

Por que não ficas ali

estático,

mudo,

hipnótico,

enquanto eu alço meu vôo

bem alto

por sobre as nuvens

e te trago nova ampulheta,

num meteoro fugaz

ou na cauda de um cometa?

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