quarta-feira, 20 de março de 2013


TRIBUTO AO CENTENÁRIO DA

ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ

 

                                                                           Samuel Castiel Jr.

 


Rasgando a mata verde e virgem,

Expelindo fumaça pelo nariz de ferro

E com um apito que parece um grito

Vai  o trem de aço sôbre os trilhos

Levando as riquezas de Rondônia

Pra vizinha e próxima Bolivia

Na fronteira de Guajará-Mirim!

Quantas vidas ali foram ceifadas

Na construção épica da ferrovia

Vitimadas por doenças como a malária,

Terçã, maleita ou quartã

Mas também do selvagem ataque

De ferozes índios caripunas!

Foi assim vencendo a ferro e fogo

Que ingleses, americanos e muitos outros

Mas principlalmente o nordestino

Traçaram todo o destino

Dessa região insalubre, árida, distante!...

E nos trilhos de aço foi se forjando

A grandeza que transformou

A querida  cidade de Porto Velho

Na bela capital de Rondônia!

Graças ao Tratado de Petrópolis

Que o Brasil assinou com a Bolívia

Em 17 de novembro de 1.903

A região voltou a ter paz outra vez!...

Com a intervençao de autoridades

Do porte de Rio Branco, Assis Brasil,

Guachalla e Claudio Padilla

Que sabiamente assinaram

O tratado na serra  fria em Petrópolis!...

O Brasil ficou com o Acre mas fez

A ferrovia ligando os dois paises!

E a seguir veio no rastro

Coronel Aluizio Ferreira que foi

Seu primeiro e poderoso Diretor brasileiro!...

Conhecida por Ferrovia do Diabo

Pelo desafio hercúleo que trazia

E como a incrédula lenda que dizia,

Sepultando um homem pra cada dormente!...

Mas alí se plantava a semente

De um grande e promissor Estado!

Cumpriu sua missão com louvor

Desde 1 912 até muito tempo depois

Dando seu último apito no ano de 1 972!

Hoje, na passagem de seu centenário,

É triste ver a ferrovia  parada,

Quase toda delapidada,

Como mendiga a estender a mão

Esperando da usina

A mísera compensação

Para que um pequeno trecho seu

De Pôrto Velho até Santo Antônio

Para o turismo seja recuperado!...

Mas sua saga jamais será esquecida

Seu apito como um grito acordando a selva

Pra sempre será lembrado!

 

                                                                                                                              PVH-RO, 19/03/13

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