A LISTA DE
SCHINDLER E A LISTA DE JANOT
Samuel
Castiel Jr.
Há um paradoxo histórico entre a
lista de Oscar Schlinder e a do Procurador Geral da República Rodrigo Janot.
Enquanto o empresário alemão salvou dos campos de concentração e consequentemente
da morte mais de mil judeus durante o holocausto, empregando-os em sua fábrica,
a lista de Janot contem mais de setenta nomes que deverão ser julgados e
processados, dentre os quais parlamentares de diferentes siglas partidárias da
base governista e que, pelo contrário, poderão até ficar sem os seus
respectivos empregos. Enquanto Schlinder empregava os judeus para livrá-los de
Hitler, Janot os leva para a guilhotina. Entregue ontem ao STF, a lista de
Janot causou mal estar e desconforto no
Concresso. Correram rumores na mídia que os chefes das duas casas, ou seja
Renan Calheiros e Eduardo Cunha, estavam na lista de Janot. Imediatamente o
Presidente do Senado e da Câmara se apressaram em desmentir que teriam sido
avisados da inclusão de seus nomes na maldita lista de Janot. No final da tarde
um grupo de ativistas se aglomerou nos portões de Janot, pedindo justiça e
moralidade para soerguer o País do caos da corrupção que se encontra. Apesar da
promessa do Procurador de que os culpados serão processados até o fim e
punidos com todo o rigor da lei, ficou
muito controverso quando alguns ministros do STF já se manifestaram contra a
quebra do sigilo processual, impedindo assim que a sociedade tome conhecimento
dos nomes de parlamentares envolvidos no esquema do petrolão. A julgar pelas
decisões da suprema corte, tudo se pode
esperar, inclusive nada! Que saudades do ministro Joaquim Barbosa!
Mas, voltando a lista de Schindler e a
de Janot, ambas tem um ponto de convergência: enquanto a primeira abriga e
salva judeus do holocausto, a segunda abriga e pode salvar o sonho do povo
brasileiro, depurando o Congresso de
abutres que são eleitos apenas para trabalhar
em benefício próprio, insuflando cada vez mais as assas da corrupção. Coitada
da Petrobrás!...
PVH-RO, 04/03/15
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