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A NINFO
Tinha uma silhueta sensual, bunda arrebitada e lábios
grossos, inspirados em Angelina Jolie. Também suas pernas eram grossas com as
coxas roliças da Claudia Raia. Mas quando teve seus primeiros namorados,
sentiu que algo estranho a arrebatava de forma involuntária e
compulsiva. Quando seu primeiro namorado a levou para um cinema, achou
uma coisa muito sem graça. Mas quando no escuro ele beijou sua boca,
sentiu um arrepio correr pela sua espinha. Quando ele acariciou seus seios,
quase desmaiou.
Ainda era uma ninfeta quando um de seus namorados
se apaixonou a ponto de noivar e casar. No início ele adorava fazer sexo com
ela, mas começou a perceber que ela era insaciável. De manhã, a tarde e a
noite queria que ele estivesse em cima dela ou ela estivesse em cima dele.
Foi cansando, definhando, adoeceu e morreu sem um diagnóstico convicente. A
viúva não ficou muito tempo sem ninguém. Alfredão era um mulato sarado e foi
ele que se aproximou da Jusmara. Foram logo direto ao assunto, ou melhor,
direto pra cama. O mulato Alfredão ficou entusiasmado com o furor sexual da
viúva. Nunca vira antes uma viuvinha tão fogosa. A mulher era insaciável! No
início conseguia acompanhá-lá, mas com o tempo foi esmorecendo. Nos finais de
semana, Ju queria sexo de manhã, a tarde e a noite! Alfredão começou a voltar
mais tarde pra casa. Saia do Banco onde trabalhava e ficava no boteco,
jogando sinuca com os amigos. Mas, mesmo chegado tarde em casa, lá estava a
Ju toda arrumada com roupas íntimas e insinuantes, debaixo dos lençóis.
Aí...a Ju pegava o Alfredão. De manhã cedo, ela acordava e já pulava em cima
dele. Tinha que fazer alguma coisa! Já tinha ouvido falar em "furor
uterino". Eram mulheres sexualmente insaciáveis, também conhecidas como
ninfomaníacas. As vezes, mesmo depois de uma noite de sexo, Alfredão ao
voltar pra casa a encontrava assistindo filmes pornôs. Realmente, ele não
sabia mais o que fazer. Arquitetou um plano de separação , mas não deu tempo.
Adoeceu, foi definhando, perdendo as forças e morreu. O Sushimuro era um japa
lutador de artes marciais e foi o terceiro marido da Ju. Apesar de ter um bom
físico, era forte, musculoso e "bombado". Mas a estória se repetiu,
ou seja, o fogo da Ju aos poucos foi apagando o japa que também definhou,
enfraqueceu e Ju o enterrou literalmente.
Para os amigos e amigas, Ju passou a ser chamada de
enterra-marido. Passou também a ter dificuldade para conseguir um novo
companheiro. O quarto marido de Ju teve o mesmo fim, pois já não agüentando
tanto sexo, ele se trancava no banheiro, num gesto de desespero. Também
definhou e aos poucos morreu. Mesmo fogosa como era, quando os pretendentes
sabiam da estória, sumiam simplesmente. Ju começou a ter dificuldades para
novos relacionamentos duradouros. Saía com um ou com outro, mas ficava só por
aí. Chegou mesmo a ter um relacionamento homo, quando entregou-se as volúpias
do Sado-masoquismo. Marylu foi sua última paixão. Faziam excurções,
cruzeiros, viajavam e estavam sempre juntas. Freqüentavam sex shoppings, onde
compravam as últimas novidades do prazer sexual. Mas... a Ju era mesmo uma
ninfomaníaca inveterada e aos poucos voltou a desejar homens. Sentia falta do
cheiro, das mãos e da penetração masculinas. Certa noite, deu uma escapulida
com Jorjão, um crioulo avantajado, cujo membro media cerca de 25 cm. Foi uma
noite memorável que quase satisfez a Ju. Chegou até em pensar devaneios
conquistando aquele negão para ir morar e viver com ela. Sonhou, sonhou e se
aconchegou debaixo do seu edredom. Mas, pra sua surpresa, quando se virou
para o seu parceiro, ele não estava mais lá! Foi ao banheiro mas ele também
não estava lá. Ficou lívida e quase desmaiou quando leu no seu espelho,
escrito com batom vermelho: "Desculpe Ju, mas sou HIV positivo!
Agora você é uma das nossas. A eternidade nos separa ou melhor, nos
espera!" - do sempre seu Jorjão"
Antes cair ao chão desfalecida soluçando, Ju ainda pensou:
--Fui mais uma vítima de um "bareback"!
Nota do Autor: “bareback ou barebaking" é uma palavra do inglês que se refere a
prática de atos sexuais, sem o uso de preservativos, mais especificamente de
sexo anal. Literalmente significa montar a cavalo, sem o uso de sela, ou
seja, pele-a-pele. Alguns grupos de americanos e europeus estão aderindo a
essa prática suicida, uma verdadeira roleta-russa do sexo. Eles saem pela
noite, vão pra cama com vários parceiros ou parceiras sem usar preservativos.
Tanto podem contrair como transmitir o vírus HIV e também outras doenças
sexualmente transmissíveis. Realmente uma verdadeira roleta russa do sexo.
PVH-RO, 25/2/15
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUma verdadeira "viúva-negra", cuja peçonha era a libido exacerbada. Em um instante de prazer foi subjugada justamente pela sua arma mais mortal, o próprio prazer. Conto muito bem redigido. Parabéns!
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