segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013


CINELÂNDIA

                                    Samuel Castiel Jr.

 

 

Burburinho e o intenso vai-vem nas ruas,

Pessoas que passam apressadas

De cabeças cheias, vazias ou nuas

E em rumos diversos vão...

Enquanto eu sentado no Amarelinho fico

No ócio vadio e me deleitando

Com saborosa poção de peixe frito!...

A tarde morrendo vai

Em seus eflúvios crepusculares!...

O Theatro Municipal e outros

Velhos prédios do Rio antigo,

Dos lampiões e malandros venais,

Da saudosa boemia que ficou

A muito tempo pra traz!...

És hoje Cinelândia um bairro a mais

Do cenário antigo do Rio!

Porém era aqui neste mesmo bar

Que o João Nogueira vinha acabar

Sua noitada de samba de forma irreverente!

Aqui hoje, logo ali passa o metrô,

Deixando o rastro cinza do progresso

E uma fina réstia de melancolia,

Dos velhos tempos da boemia,

Que sei não voltarão jamais!...

Chamo o garçon e peço

Outro chopp que pra afastar de vez

Pra bem longe e definitivamente

O saudosismo perverso!...

                                                                                                                            Rio-RJ, 29/01/13

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