TRIBUTO AO CENTENÁRIO DA
ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ
Samuel Castiel Jr.
Expelindo fumaça pelo nariz de ferro
E com um apito que parece um grito
Vai o trem de aço sôbre os
trilhos
Levando as riquezas de Rondônia
Pra vizinha e próxima Bolivia
Na fronteira de Guajará-Mirim!
Quantas vidas ali foram ceifadas
Na construção épica da ferrovia
Vitimadas por doenças como a malária,
Terçã, maleita ou quartã
Mas também do selvagem ataque
De ferozes índios caripunas!
Foi assim vencendo a ferro e fogo
Que ingleses, americanos e muitos outros
Traçaram todo o destino
Dessa região insalubre, árida, distante!...
E nos trilhos de aço foi se forjando
A grandeza que transformou
A querida cidade de Porto Velho
Na bela capital de Rondônia!
Graças ao Tratado de Petrópolis
Que o Brasil assinou com a Bolívia
Em 17 de novembro de 1.903
A região voltou a ter paz outra vez!...
Com a intervençao de autoridades
Do porte de Rio Branco, Assis Brasil,
Guachalla e Claudio Padilla
Que sabiamente assinaram
O tratado na serra fria em
Petrópolis!...
O Brasil ficou com o Acre mas fez
A ferrovia ligando os dois paises!
Coronel Aluizio Ferreira que foi
Seu primeiro e poderoso Diretor brasileiro!...
Pelo desafio hercúleo que trazia
E como a incrédula lenda que dizia,
Sepultando um homem pra cada dormente!...
Mas alí se plantava a semente
De um grande e promissor Estado!
Cumpriu sua missão com louvor
Desde 1 912 até muito tempo depois
Dando seu último apito no ano de 1 972!
É triste ver a ferrovia parada,
Quase toda delapidada,
Como mendiga a estender a mão
Esperando da usina
A mísera compensação
Para que um pequeno trecho seu
De Pôrto Velho até Santo Antônio
Para o turismo seja recuperado!...
Mas sua saga jamais será esquecida
Seu apito como um grito acordando a selva
Pra sempre será lembrado!
PVH-RO, 19/03/13
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