O MERCADO CULTURAL
Samuel Castiel Jr
.
Fincado no centro da antiga
Porto Velho, o Mercado Cultural inicialmente denominado Mercado Municipal, representa
um dos símbolos da nossa Capital. Criado em 1913, pelo Superintendente Major
Guapindaia, passou por reformas e adaptações na administração do Prefeito Joaquim
Augusto Tanajura, porém só foi consolidado e inugurado oficialmente pelo
Prefeito Ruy Brasil Cantanhede, em 1950.
Construído no estilo colonial, abrigou no
passado um comércio forte de estivas e mercadorias
em geral, peixarias, açougues, frutas,
legumes e verduras, etc. Podia-se encontrar ali também material de
construção, botecos, sorveterias, barbearias e também muitas guloseimas como
açaí, tacacá, sandubas de “boi-ralado”, cachorros quentes, pasteis e mingaus
dos mais variados sabores. Lá também podia-se encontrar materiais para caça e pesca, peles de animais
selvagens, armas e munições. Era um verdadeiro shopping Center de sua época.
Esse comércio forte existente no Mercado Municipal, atraía comerciantes e empresários
de secos e molhados dos mais variados setores.
Assim é que relembramos alguns dos comerciantes e estabelecimentos que ali se
instalaram e marcaram sua época: Casa
Flora, de Luiz Lemos, Casa Pará, de Samuel Castiel, Casa Girão, de José Girão
Machado, Casa de Ferragens de Eneas
Cavalcante, Casa das Noivas, de Albertino Lopes, Loja A Motorista, de Wilson Queiroz, Casa das
Peles, de José Oceano Alves, Bar do Zizi e tantos outros. Lembramos ainda do
ambulante Dega e dos mingaus da Dona Chiquinha.
Assim é que o Mercado Municipal
foi atravessando o tempo e escrevendo sua história. Foi parcialmente destruído
por um incêndio na década de 50. Sofreu
especulação imobiliária, perdendo parte de sua configuração arquitetônica.
Chega finalmente ao século 21 recebendo uma restauração que o
transformou em Mercado Cultural. Um espaço público aberto as artes culturais,
principalmente a música. Uma programação semanal apresentada a cada dia da
semana, leva as suas dependências e entorno,
centenas de pessoas que são adeptas da boa música. Apresentadores como Heitor Fecundo apresentando as quintas feiras a Seresta Cultural, Ernesto Melo, as sextas
feiras, levando o Grupo A Fina Flor do Samba, Beto Cezar com a Roda de Samba, aos sábados,
etc. Enfim, o Mercado Cultural passou a ser o ponto de encontro de sambistas,
pagodeiros, compositores, artistas, escritores e todos os boêmios notívagos da
cidade.
Para a surpresa de todos, paira
agora no ar, a ameaça de que essa
programação cultural do Mercado vai acabar no próximo dia 30 deste mês. O
motivo é que os contratos com essa programação não serão renovados. Ainda não
se sabe quais os motivos alegados pelo
gestores municipais. Mas, seja lá quais forem, certamente vão frustrar um dos
poucos momentos de lazer gratuito, numa cidade onde é cada vez mais raro e caro
para que o contribuinte possa desfrutar desses momentos. Esperemos que prevaleça o
bom senso desses gestores municipais de plantão.
PVH-RO., 26/04/15
Que não venha a ser uma "praça onze" da vida...
ResponderExcluir#Seu Prefeito#