HISTÓRIAS DAS ENTIDADES MÉDICAS EM
RONDÔNIA
Por:
Samuel Castiel Jr.
A primeira
entidade médica associativa em Rondônia data de 1949, fundada com o nome de
Associação Médico-Cirurgica do Guaporé, cujos fundadores foram médicos
pioneiros como o Dr. Rubens Brito, Dr. Osvaldo Piana, Dr. Maurício Bustani, Dr.
Renato Medeiros, Dr. Araújo Lima, Dr. Ary Pinheiro e outros, conforme Ata de
Fundação transcrita a seguir:
ATA DE FUNDAÇÃO DA PRIMEIRA ASSOCIAÇÃO MÉDICO-CIRÚRGICA DO GUAPORÉ
“Aos doze dias do mês de fevereiro de 1.949, às 20 horas, no
salão do Clube Internacional de Porto Velho, reunidos os médicos, dentistas,
veterinários e farmacêuticos que esta assinaram como sócios fundadores e com as
presenças dos Exmos. Drs. Joaquim de Arújo Lima e Moacyr de Miranda,
governador e secretário geral do
Território Federal do Guaporé, respectivamente e mais senhoras e senhorinhas,
fundou-se solenemente a Associação Médico-Cirúrgica do Guaporé, procedendo-se a eleição de uma
diretoria provisória que ficou assim constituída:
Presidente:...................Dr. Ernesto Laudelino de Almeida
Vice-Presidente:...........Dr. Rubens Brito
1º
Secretário:...............Dr. Oswaldo Piana
2º
Secretário:...............Dr. Waldemar Wanderley Braga
1º
Tesoureiro:..............Dr. Antonio de Jesus Cantanhede
2º
Tesoureiro:............. Dr. Jocelino Leocádio da Rosa
Orador.........................Dr. Ary
Pinheiro
Conselho
Fiscal – Drs. João Fernandes de Souza,
Maurício Bustani, Inácio Moura Filho, Renato Medeiros.
Usaram
da palavra os senhores: Drs. Ernesto de Almeida, que salientou o papel
desempenhado pelos médicos, dentistas, veterinários e farmacêuticos em Saúde
Pública e da razão da fundação da associação, pedindo rito aos colegas que
tomassem interesse para que a sociedade pudesse continuar sua existência para
maior grandeza da Mesma. Dr. Ary Pinheiro usando da palavra, disse não esperar
que fosse eleito Orador, mas que agradecia a todos os colegas a bondade de
tê-lo elegido para tão honroso cargo. Em seguida o Dr. Araújo Lima, num feliz
improviso teve palavras elogiosas aos profissionais que congregados fundaram a
Sociedade Médico-Cirurgica do Guaporé e lembrando que o inicio de sua carreira
como engenheiro, foi servindo na Bahia com o Dr. Saturnino Brito, na engenharia
sanitária; desejando um êxito feliz da sociedade e que todos congregrados
deveriam trabalhar para o engrandecimento do Território. Suas últimas palavras
foram abafadas por uma salva de palmas. A sessão foi encerrada.”
Assinados:
Joaquim de Araújo Lima, Moacyr de
Miranda, Albertino Lopes, Renato Medeiros, João Fernandes de Souza,
Ednice Maria Ferreira, Maurício Bustani, Adalberto Bastos Meneses, Inácio Moura
Filho, Jocelino Leocadio da Rosa, Lourenço da Veiga Lima, Reinaldo Amâncio
Braga, Antônio de Jesus Cantanhede, Luis B. Cantanhede, Valdemar Vanderley
Braga Florinda Leal Farias, Francisco F. de Oliveira, José Otino de Freitas,
Ernesto Laudelino de Almeida, Raimundo B. Cantanhede, Estanislau Zack, Ary Pinheiro e Oswaldo
Piana.
Do livro Achegas para História de
Porto Velho, de Antônio Cantanhede.
Nota do Autor:
Dos ilustres signatários desta Ata, um deles é o pai do 5º Governador do
Estado de Rondônia Dr. Oswaldo Piana Filho e outro deu nome ao Hospital de
Base, Dr. Ary Pinheiro.
A atual Associação Médica de
Rondônia (AMR) foi fundada em 1976, cujo seu primeiro Presidente foi o ilustre
Dr. Joviniano Alves de Macedo, Já no então Território Federal de Rondônia e,
congregando, desta vez, apenas médicos.
A atual
Associação Médica de Rondônia ( AMR ) foi fundada em 1976, tendo como seu
primeiro Presidente o saudoso Dr. Joviniano Alves de Macedo, seguindo de outros
médicos que foram se sucedendo na Presidência e diretorias, conforme galeria de
fotos dos Presidentes, com seus respectivos mandatos, a seguir:
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DE RONDÔNIA
GALERIA DE PRESIDENTES
A Associação Médica de
Rondônia (AMR) teve sempre um papel relevante no seio da classe médica e da
comunidade em geral, promovendo o congraçamento dos médicos entre si,
promovendo também a educação médica continuada através de cursos, congressos e
jornadas médicas, cursos de pos-graduação, fomentando a fundação das associações
de especialidades médicas, bem como lutando por melhores condições salariais e
de trabalho, pois ainda não havia sido criado o Sindicato Médico. Grandiosas lutas e conquistas da AMR foram
marcas indeléveis na história do movimento médico em Rondônia. Para citar
apenas um desses movimentos reivindicatórios que, infelizmente, chegou a gerar
um movimento paradista, ocorreu no ano
de 1983. Presidia a entidade o médico Dr. Samuel Castiel Jr. O Estado de
Rondônia acabara de ser criado em 22.12.81 e Governava o Estado o saudoso
Governador Jorge Teixeira, o Teixeirão. A AMR teve que ir as ultimas
conseqüências, ou seja, fazendo uma greve no serviço médico que estendeu-se de
Vilhena a Porto Velho, com um desfecho positivo na maioria dos diversos ítens
reivindicados para os profissionais médicos do Estado. Abaixo alguns cartazes da época de lutas do
movimento médico encampadas pela AMR, bem como folders de cursos promovidos
pela entidade:
Enfim, a Associação Médica de Rondônia – AMR, nos seus
quarenta e dois (42) anos de existência,
sempre foi uma referência, atuando de forma a polarizar e fomentar os
interesses médico-científico no Estado.
A HISTÓRIA DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA DE RONDÔNIA - AMR e DO
SINDICATO MÉDICO DE RONDÔNIA - SIMERO.
.Essa primeira Associação de Médico-Cirurgica criada em 1949, acabou
desfazendo-se com o tempo e já em
1976 nascia a atual Associação Médicaque teve
como seu primeiro presidente o saudoso médico Jovinino Alves de Macedo. Juntamente
com o CRM constituiam as únicas entidades médicas
como seu primeiro presidente o saudoso médico Jovinino Alves de Macedo. Juntamente
com o CRM constituiam as únicas entidades médicas
do antigo Terr. Fed. de Rondonia. O
primeiro Presidente do CRM foi o saudoso
Dr. Hamilton Raulino Gondim.
A categoria médica vivia harmoniosamente naquelas épocas. Nos finais
de semana, quando não estavam no
Hospital São José ou na Maternidade
Darcy Vargas, reuniam-se para
algumas horas de lazer. Faziam essas
reuniões nas casas dos próprios médicos
que se alternavam como anfitriões.
Quando eu assumi a Presidência da
Associação Médica de Rondõnia,
para o biênio 1983 /1985, havia uma
insatisfação palpável na categoria médica:
baixos salários, carga horária
excessiva, hospitais, Pronto-Socorro e Postos de
Saúde em péssimas condições. Não
havia Plano de Cargos e Salários.
Governava o ex-Território o Cel.
Jorge Teixeira de Oliveira. Fizemos então um
apêlo ao Governo que desse um encaminhamento
as propostas da categoria
médica, o que sequer foi considerado.
Esgotadas todas condições de diálogo,
a greve parecia inevitável. Chamamos
o CREMERO e as Sociedades de
Especialidades que já começavam a se
formar. Viajamos para o interior do
Estado e conseguimos juntar todas as
Associações Médicas incluindo
Ariquemes, Ji-Paraná e Vilhena. Todos
estavam insatisfeitos. Todos queriam a
Greve, um movimento paredista que
pudesse mostrar a força da categoria e
pressionar o Governo Estadual a
atender nossas reivindicações. E assim foi
feito. Iniciamos a greve dos médicos.
E, como toda greve, sabemos como
começa mas não como termina!... As
adesões foram crescendo durante o
movimento. Juntaram-se a nós outras
categorias como a Enfermagem,
Técnicos de Enfermagem, Bio-médicos,
etc. A greve estava ampliada, não era
mais só dos médicos, mas de toda a
saúde. Como não tínhamos ainda um
Sindicato Médico, a Associação Médica
tinha que liderar esse movimento. E
não foi fácil! A Secretaria de Saúde
era comandada pelo médico pediatra José
Adelino da Silva e o Diretor do Hospital de
Base era o ortopedista Viriato
Moura. Conseguimos que esses colegas
ficassem ao lado do nosso
movimento, numa demonstração de
compreensão ética das reivindicações de
sua categoria.
Vinham colegas de todos os municípios
para nossas assembleias. Os ônibus
chegavam lotados. Essas assembleias geralmente
eram realizadas no Cine
Lacerda,pois requeriam grandes
espaços. A situação começava a fugir ao
controle das autoridades da saúde. Sentiam-se
encurralados pelos médicos,
enfermeiros e técnicos de saúde. Os
hospitais parados em todos os
municípios, ou melhor só atendendo as
emergências. Havia uma comissão de
triagem postada na recepção do
Hospital de Base Ary Pinheiro. Ali era o front
da nossa greve. Era o corpo a corpo
da greve com a população. Ali vi uma das
cenas mais chocantes do
movimento: um pai chegou com o filho nos
braços e
a comissão de triagem julgou seu caso
como sem configurar emergência e não lhe
permitiram acesso ao atendimento. O pai então, transtornado, gritando impropérios, atirou-
permitiram acesso ao atendimento. O pai então, transtornado, gritando impropérios, atirou-
se várias vezes contra a parede do
hospital, até cair sangrando e ser recolhido
por médicos e seguranças. Aí perguntava a todos se agora o seu estado configurava uma
emergência. Uma cena trágica que ilustra bem quanto é difícil
emergência. Uma cena trágica que ilustra bem quanto é difícil
conduzir uma greve nos setores ditos
essenciais, principalmente na saúde.
No auge da greve o então Governador Jorge
Teixeira avisou a noite ao
Secretário de Saúde José Adelino que
iria mandar prender-me no dia seguinte,
o que só não aconteceu pela
interferência do Diretor do Hospital de Base, Dr.Viriato
Moura, que acabou aderindo a greve dos médicos.
Moura, que acabou aderindo a greve dos médicos.
Quando nosso Comando de Greve sentiu que
estávamos chegando ao
esgotamento do movimento, pois
nossas reivindicações diluíam-se nas
esferas municipal, estadual e federal,
não podendo ser resolvidas pelo
município ou estado, partimos para
Brasília. Tínhamos como nossos aliados o
Senador Claudionor Roriz e o Deputado
Federal Chiquilito Erse. Marcamos
audiência e fomos recebidos pelos
Ministros da Saúde e do Trabalho. Muitas
promessas nos foram feitas, porém o
resultado foi pífio.
Enquanto isso, a greve começou a desmoronar,
com nomeação para
cargos comissionados de alguns
colegas líderes do movimento. Renunciei a
Presidência da Associação Médica e,
desencantado, abandonei o movimento
grevista. Assumiu a Presidência em
meu lugar o colega Victor Sadeck Filho. A Greve
aos poucos desfez-se.
Começavamos uma outra luta
classista, que era a criação do Sindicato
Médico. Empunhei essa bandeira e
junto a alguns outros colegas, fundamos a
Associação Profissional dos Médicos
de Rondônia, o embrião do Sindicato
Médico.
A política partidária estava no
auge e tínhamos alguns médicos
disputando vagas para a Assembleia
Legislatíva, dentre os quais o médico
Oswaldo Piana. Atendendo um chamado
do colega Piana, fui a uma reunião
que tratava do pedido de apoio do
candidato Piana a classe médica. Expliquei
que a entidade não poderia dar apoio
explícito a nenhum candidato médico,
uma vez que tínhamos vários colegas
na disputa. Aconteceu então o que eu já
previra: um “racha” na classe médica.
E, assim, numa composição de chapas,
o médico José Adelino da Silva assume
a Presidência da Associação
Profissional dos Médicos de Rondônia,
tendo como vice-Presidente o médico
Ronaldo Lanes Lima. Na sequência, o
Presidente José Adelino renuncia para
assumir a Secretaria Estadual de
Saúde. O seu Vice-Presidente também não
conseguiu evoluir com nenhum projeto. Assumi então a Associação Profissional e, após
um trabalho árduo, contando com a ajuda indispensável do saudoso amigo Rubens
Cândido,Superintendente da Delegacia Regional do Trabalho, conseguimos eleger a
um trabalho árduo, contando com a ajuda indispensável do saudoso amigo Rubens
Cândido,Superintendente da Delegacia Regional do Trabalho, conseguimos eleger a
primeira Diretoria do Sindicato Médico de Rondônia ( SIMERO ) agora autorizado a
funcionar pela CARTA PATENTE, assinada pelo então Ministro do Trabalho Almir
Pazzianoto, após 2 anos de funcionamento regular e initerrupto da Associação
Profissional.O primeiro Presidente do Sindicato foi o médico Dr. Orlando Teodoro Ramalho.
Hoje,o SIMEROencontra-se bastante estruturado, com sede própria ( onde funcionou o
funcionar pela CARTA PATENTE, assinada pelo então Ministro do Trabalho Almir
Pazzianoto, após 2 anos de funcionamento regular e initerrupto da Associação
Profissional.O primeiro Presidente do Sindicato foi o médico Dr. Orlando Teodoro Ramalho.
Hoje,o SIMEROencontra-se bastante estruturado, com sede própria ( onde funcionou o
CREMERO e a Associação Médica de Rondônia ( AMR ) no tradicional bairro Caiari, e
vem atuando com bastante desenvoltura nas questões trabalhistas da categoria médica.
Seu atual Presidente para o triiênio 2016-2019 é o médico Dr. Carlos Roberto
vem atuando com bastante desenvoltura nas questões trabalhistas da categoria médica.
Seu atual Presidente para o triiênio 2016-2019 é o médico Dr. Carlos Roberto
Maiorquim.
Acho que cumprimos nossa missão
classista! O Sindicato Médico de
Rondônia
( SIMERO ) hoje é uma realidade! Parabéns a toda a sua Diretoria e a todos os colegas
( SIMERO ) hoje é uma realidade! Parabéns a toda a sua Diretoria e a todos os colegas
que nos ajudaram nessa conquista!
A seguir a galeria de fotos dos Ex-Presidentes do Sindicato Médico de Rondônia -
SIMERO:
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