Aquela mesma turma já estava lá,
reunida no bar. Era um sábado a tarde. A cerveja gelada e a pinga rolavam e o
sol de verão fazia o calor ficar insuportável lá fora! Como era de costume, o
Capitão Xavier chegou vestindo um bermudão com camiseta regata, e veio se
juntar a todos, pois estava de folga no Batalhão da Polícia Militar(PM) onde
comandava o Nucleo de Operações Especiais (NOE). Sua participação nessas
rodadas de sábado a tarde já era certa e conhecida: gostava de cerveja gelada,
bem como de contar bravatas e vantagens da corporação militar onde trabalhava,
ou seja, no Nucleo de Operações Especiais que era constituído por homens de
formação e treinamento especiais. Eram treinados para agir com rapidez e
dominar as situações mais difíceis e complexas!
Encostado no balcão do boteco,
sempre estava um pinguço, freqüentador assíduo e diário do estabelecimento, e
que adorava meter-se nas conversas dos outros, dava palpite, xingava todos que
não pagassem um “gole” pra ele! Quando o Capitão chegava ou quando contava mais
uma de suas façanhas, gritava bem alto:
__ Êta Capitão “Porreta”!
Nesse sábado, o Capitão tinha
acabado de chegar quando todos ouviram três estampidos secos e fortes que pareciam
mesmo disparos de arma de fogo e que vinham de uma das casas vizinhas ao
boteco, não muito distante dali. Houve movimentação de alguns adolescentes
correndo em frente a essa casa. Imediatamente alguém da mesa falou:
__ Aí Capitão! Vai deixar o
tiroteio rolar solto debaixo do seu nariz?!
Outro gaiato também comentou
botando pilha:
__ Podiam até ter acertado a gente
aqui com uma bala perdida!...
Foi o suficiente para o Capitão
anunciar que iria acabar já com aquela situação: levantou-se, pegou seu celular e discou para a central da
Policia Militar, Nucleo de Operações Especiais.
__ Aqui quem fala é o Capitão
Xavier! Mande agora uma viatura para o seguinte endereço: Elias Gorayeb com a
José Camacho. Foram efetuados alguns disparos de arma de fogo e precisamos
checar e prender esses meliantes! Já estou na área esperando!
Não demorou mais que dez minutos
uma viatura da PM chegou ao local, apresentou-se ao Capitão, o qual foi logo
mostrando a residência de onde teriam partido os disparos. Imediatamente os
policiais saltaram da viatura já com as armas em punho e foram adentrando o
portão da casa suspeita. Todos ficarm esperando, o boteco parou, até a música batidão que tocava bem alto, foi
desligada! Como se diz, ouvia-se ate o barulho de mosca voando!...Todos
esperando pra ver qual o desfecho daquela situação. Alguns minutos se passaram
e foi então que os policiais saíram da casa e vieram em direção ao boteco onde,
de pé, os esperava o Capitão Xavier.
__ Licença Comandante! Tenente
Afonso trazendo o resultado da operação!
__ Pois não tenente! Qual o
resultado da nossa operação?
__ Dois traques e um rojão
pega-moleque!
__ Ok! Circulando Tenente!
Circulando!...
Foi então que todos ouviram a voz
do pinguço gritando bem alto lá de dentro do boteco, encostado no balcão:
__ Êta Capitão “Porreta”!
Notas do Autor: * traque
e rojão pega-moleque são fogos explosivos
muito usados nas brincadeiras de São João.
* qualquer semelhança com a estória e
personagens terá sido mera coincidência
PVH-RO,
18/04/13
Nenhum comentário:
Postar um comentário