Samuel Castiel Jr.
Eram como popularmente se diz “carne-e-unha”.
Compadre pra cá, compadre pra lá! Suas esposas estavam sempre juntas. Até que
um dia, por questões dos limites de suas
terras, a amizade azedou e a compadragem acabou! Viraram inimigos e a briga foi
parar na justiça. O compadre mais pobre contratou um advogado que era seu velho
amigo e que cobrou um preço razoável por seu serviço. Mas o advertiu que seria
uma demanda difícil, teria que usar muito tato e não garantia sair vitorioso. A
outra parte tinha contratado um advogado experiente, de um escritório renomado
na cidade. Seria um processo demorado e, apesar de uma sentença que lhe foi
favorável num juizado de primeiro grau, houve recurso e agora tudo poderia
acontecer, até mesmo perder a causa! O tempo passou, o processo foi todo instruído
dentro dos prazos legais! Tudo transcorrendo normalmente. Um certo dia, o seu
advogado e amigo o chamou para dizer-lhe que na semana seguinte o seu processo
seria julgado.
-- Ótimo! – disse o compadre mais
pobre. Consiga-me o endereço desse juiz!
-- Mas pra que? O que você pretende
fazer?
-- Tive uma ideia, doutor! Vou
mandar pra casa desse juiz um porco cevado daqueles que tenho lá na fazenda!
-- Pelo amor de Deus não faça isso!
Vai colocar tudo a perder! Conheco o juiz que vai dar a sentença final É um magistrado muito sério,
dos mais rígidos do Tribunal! Além dele não aceitar o seu porco, vamos perder a
causa com toda a certeza! Por favor – repito, não faça isso!
Os dias passaram e chegou o dia
do julgamento. O resultado foi favorável ao compadre mais pobre, que saiu
vencedor. O advogado seu amigo correu para cumprimentar seu cliente e foi logo
dizendo:
-- Não lhe disse que iríamos
ganhar, desde que você não mandasse de presente aquele maldito porco!
-- Acontece que mandei!...
-- Não é possível! Não acredito!
-- Mandei sim doutor! Mas foi em
nome do compadre rico!...
PVH-RO, 15/04/13
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