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Samuel Castiel
Sol inclemente, abrasador,
O suor que na pele úmida escorre:
Céu azul-anil sem nenhuma nuvem
A fuligem negra que sobe
E a mata seca que morre!
A cigarra que numa súplica canta seu mal
Chamando a chuva que não chega!
No asfalto quente a poeira levanta
Redemoinhos de vento que numa espiral
Vão rodopiando em direção ao céu!
Parece que tudo vai se acabar,
Num dantesco fogaréu
Parece que até o mar vai secar
Queimando do Norte ao Sul
A mata, a terra e seu manto azul!
Mas de repente e sem avisar
Vejo os “tesoureiros” no ar
E de alegria se enche minh’alma
Uma nova esperança renasce
Fazendo tudo mudar...
O vento sopra e a chuva anuncia
Mandando enfim um trovão avisar
Que logo, logo vai chegar
Molhando toda a grande bacia
Do Madeira ao Rio Mar!
Nota do autor: “Tesoureiro” é uma ave
migratória cujo nome científico e Tyrannus savana, também chamado
“Tesourinha-do-Campo, muito abundante
em toda a América do Sul e parte da América do Norte. Vive em bandos, -
nas savanas ou grandes espaços
abertos. Alimenta-se de insetos. Na nossa região costuma chegar quando se
aproxima o período das chuvas.
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