CHEIRA-COLA
Esquálidos, sujos, rasgados vão
Em grupos hostis ou mesmo isolados,
Juntando sempre a camisa na mão
Molhada na cola, sempre agitados!
Olho vidrado, não teme a “ parada “,
Nada o assusta, sequer o intimida!
Passa arrogante no fio da calçada,
Não sabe da fome nem da comida!
Seu dia sempre é assim preto-e-branco,
Mas com a cola ele vê tudo em cores...
Seu lar é a praça, seu leito um banco.
Não sabe de Deus, não põe fé em santo!
É dono da rua, não curte amores,
Só a cola cheirada esconde seu pranto!...
(Do Livro Letra de Médico)
Muito profundo. Busca a raiz do grande mal social.
ResponderExcluirEstou até pensando em um munduri...